quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Improviso vs. Espontaneidade


Nada é improvisado, sendo que tudo sim é espontaneo. Dicotómicamente, o improviso é o nosso raciocínio mais convictamente elaborado.
Mesmo o nosso mais espontaneamente desabafado "Ai..." obedece a uma enorme cadeia de pensamentos, factos, causas, efeitos... raciocínio. Como será possível então, falar em improviso?! Se tudo o que vemos, da forma como vemos, tudo o que cheiramos, da forma como cheiramos, tudo o que tocamos, da forma como tocamos, é resultado de uma série de fases de desenvolvimento cognitivo, designadas de "Assimilação, Adaptação, Acomodação"?!
O que será improvisado, então?! O desconhecido, numa lógica de input. O nosso output será sempre inconscientemente elaborado, numa teia de raciocínio por vezes tão vaga, tão desfocada, mas mesmo assim... espontaneamente divulgado.
Porque há pensamentos de ouro, que nunca revelamos ao mundo... pelo menos em forma de improviso...

1 comentário:

Anónimo disse...

Demasiadas leituras é o que é. Toda essa filosofia torpe arreancada à podridão esquizofrénica que nos ataca dia e noite, deixam-nos a alma e o pensamento langue, emerso numa rotina vazia e melancólica. Pode dar-te a ilusão metafórica de estares a ser tu própria, mas na verdade, não passa disso mesmo: ilusão. Dir-me-ás, como sempre: Cala-te! E eu, como sempre, não responderei. Ainda assim, porque me arrancaste à minha sonolência e comodismo habituais, vou dizer-te o que acho:
Não acho que seja só espontaniedade, aquilo que nos move a partirmos ao encontro de nós mesmos e dos outros, assim como talvez seja errado dizer que é pela força do improviso e de um certo sentido prático a ele inerente, que pensamos e agimos no mundo do material... Mas como sempre, o pensamento flui e o teu flui livre e espontâneo, apesar de as palavras que o traduzem serem de improviso...