terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Socorro...


A cela que te aprisiona faz de ti quem és para contigo... a sua porta, aberta, faz de ti o que és para com os outros. Porque ficas lá dentro? Porque deixas voar os dedos das mãos por entre as grades? Porque espreitas pela porta?
Faz-me parar... parar de me consolar nesta solitude que me acaricia a alma, que me aquece a derme... agarra-me com força e liberta-me de mim...

2 comentários:

dina reis disse...

Por vezes a solitude acaricia a alma, mas nao é por isso que nos deixamos de sentir menos vazios! Por vezes a sela que te prende é a única que te consegue aquecer nos dias mais frios, mas nem por isso te faz sentir mais confortável! Por vezes a porta não é aquilo que te faz querer sair, mas aquilo que te faz querer permanecer. Não te libertes para o nada, mas dessamarra-te!!!

Bruno loureiro disse...

Corpo nu na escuridão indirecta
Corpo leve despido de vaidade
Impermeável
Mão lenta
Rosto entreaberto
Como se oferecesse sorrisos
Mente atenta ao destino

Corpo desfeito
Corpo em recusa
Onde nada te ofende…

Corpo que se nega
Na angústia de um pedido
Corpo que as lágrimas atravessam
Resvalando suavemente
Coincidência que as mãos segredam
Corpo cansado e transparente
Que as horas da noite em si temem
Longos espasmos de frio
Correm pelas esquinas da pele
Que os dedos sentem
Em silêncio
Numa solidão de pedra

Corpo perdido
Em amargos gestos
Que em si sepultam
Ondas de calor
Onde este corpo se lamenta